- A gente devia levantar
- Mas tá tão bom aqui, querida.
- Eu sei, mas eu gosto de ver a chuva.
- Eu gosto de ouvir, e sentir o cheiro. Contando que você continue aqui, presa nos meus braços. Por que queres o frio?
- Pra sentir calor?
Riram.
- Você tem razão. Vamos pra varanda. Mas não desgruda.
- Não vou fugir, meu bem.
- Nunca se sabe. - Ele levantou puxando-a contra si, enrolou o edredom e fez uma espécie de cabana para protegê-los.
Os dois levantam tombando, ao risos, enrolados no cobertor e seguiram de pijamas aos tropeços até a varanda. Beijos, carinhos, risos, beliscões, reclamações e mais risos. Sentaram-se encolhidos numa velha espreguiçadeira. Ele tinha acabado de chegar. Só fazia algumas horas que estavam juntos. Podia-se contar nos dedos os minutos que estiveram separados desde que se encontraram no saguão do aeroporto.
- Eu sabia que você fazia o tipo grudento.
- Sabia? Nem sou. Ou não disfarço bem?
- De modo algum. Até me enganou. Mas tua empolgação com a viagem era maior talvez até que o mundo.
- Não sei. Uma certa garota me disse que o melhor de tudo era o “agora”. Talvez ela estivesse com a razão.
- Que garota sábia.
- Pois é, mas era só isso que ela sabia mesmo. - Ele falou distraído, tentando disfarçar o ar de riso ao ver que ela olhava para o formato que as gotas de chuva adquiriam ao cair.
Tapas, beliscões, beijos. Voltaram para a cama. Rolaram, conversaram mais um pouco. Dormiram abraçados. Ele acordou algumas horas depois, todo atencioso, respirando o cheiro dela. Tocando todo o seu corpo. Sentindo seu coração. Era de verdade. Ela estava ali. E era só aquilo que ele queria.
Eu praticamente senti esse calor todo.
Gostei quando o li hoje pela manhã e mais ainda agora, aqui.
Principalmente do "querida" que mudou de lugar.
você, linda. :*
Vivi isso, sabe...?