Televisão

ilustração: Conrad Roset

Negro. Seu olhar não desviava de mim. Raramente piscava e lentamente se movia. Cheguei a pensar que agia assim por ter medo de me perder de vista.
Branca. Sua pele com algumas pintas, tão macia... Parecia chamar por minhas mãos. A camisa não se importava em cair e deixar seu ombro nu, deixar todo o resto nu.
O quarto cheirava a desejo. Eu não atrevia me mover, você não parava de me olhar. Esse impasse não nos levaria a lugar algum.
Desliguei a TV e fui trabalhar.

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