Archive for outubro 2011

Flu ir te

A única coisa que reclamo agora é a distância de ti.
Porque o destino é assim?
Cruel e irônico
feito menino medonho
a afastar-te de mim?

Consolo-me pois com versos ébrios
desejos futuros
planos cabíveis, realizáveis.
Uma manhã depois e tudo passa.

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Resposta ao Trovador

Resposta ao poema do meu querido amigo Daniel Lira: http://conviteatristeza.blogspot.com/2011/10/minha-musa.html


Oh, trovador apaixonado
Não te iludas tanto assim
De nada vale essa musa
Sem um pedaço de ti.

Em ti ela busca a loucura
e despeja os males da vida
divide um vinho barato
e o consolo que nunca se finda.

Doce trovador apaixonado
quis o mundo a tua partida
Escondi pois os meus lamentos
E pus-me a festejar tua ida.

Desejo somente tua felicidade
dom esse herdado de nossa amizade
De outras vidas, eternas idas
Dolorosas partidas e loucas paixões.

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Vamos beber Drummond?

Por Agda Santos e Edgar Borges


A plataforma baixa da Orla Taumanan será palco da celebração em Boa Vista dos 109 anos de nascimento do poeta, cronista, contista e tradutor Carlos Drummond de Andrade, um dos maiores nomes da literatura brasileira. O sarau comemorativo começa às 17h30 do próximo domingo, 30 de outubro, e está sendo organizado pelo Coletivo Arteliteratura Caimbé.

As pessoas podem participar apenas ouvindo, mas o ideal é que cada uma leve um livro ou poema de Drummond e leia um pouco para os demais presentes, compartilhando o que mais gosta da obra do escritor. Nos intervalos das leituras será feita a audição de textos do poeta que foram gravados por atores.
“Nossa intenção é de que cada um declame seu texto preferido de Drummond e celebre o nascimento dele, que ocorreu no dia 31 de outubro de 1902, em Itabira, Minas Gerais. Portanto, traga seus poemas preferidos, sua bebida gelada, seus amigos, parentes e o que mais desejar e vamos festejar”, convida a contista Ágda Santos, uma das organizadoras do evento em parceria com Edgar Borges, integrante do Coletivo Arteliteratura Caimbé.

Em várias cidades brasileiras haverá atividades comemorando o “Dia D` Drummond”, marcado para segunda. A antecipação em Boa Vista atende às particularidades da cidade, explica Edgar: “é mais fácil as pessoas deixarem a sua casa um domingo à tarde para uma confraternização com outros leitores do poeta que esperar que façam isso na segunda, dia de trabalho, estudo e outros afazeres.”
“Vi que muitas cidades iam comemorar o nascimento de Drummond e nasceu daí a vontade de realizar algo também aqui, já que conheço muita gente que gosta dele. Por isso fiz a proposta de parceria ao Coletivo Caimbé, que topou organizar o sarau”, conta Ágda, que escreve contos, poemas e crônicas no blog http://www.papeldesemica.blogspot.com/.
“Algumas pessoas já falaram que vão levar vinho para brindar o Dia D. Essa é a intenção: beber, literal e metaforicamente, Drummond, autor de poemas que estão no imaginário coletivo, como o mais que conhecido ‘José’”, afirma Edgar. Este é o segundo sarau do Coletivo Caimbé neste mês. Na semana passada, durante a VI Semana Nacional de Ciência e Tecnologia em Roraima, ajudou a organizar um encontro de cordelistas e declamadores de poesias. As fotos desta e outras atividades estão disponíveis no blog http://www.caimbe.blogspot.com/.


O POETA - Carlos Drummond de Andrade nasceu em Itabira MG, em 31 de outubro de 1902. Estudou na cidade natal, em Belo Horizonte e em Nova Friburgo (RJ). Começou a carreira de escritor como colaborador do Diário de Minas, em BH, onde conheceu adeptos do movimento modernista mineiro.
Formou-se em farmácia na cidade de Ouro Preto em 1925. Ingressou no serviço público e, em 1934, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde foi chefe de gabinete de Gustavo Capanema, ministro da Educação, até 1945. Trabalhou também no Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e se aposentou em 1962.


Entre outras obras, publicou Alguma poesia (1930), Brejo das almas (1934), Sentimento do mundo (1940), José (1942) e A rosa do povo (1945). Morreu no Rio de Janeiro RJ, em 17 de agosto de 1987, poucos dias após a morte de sua filha única, a cronista Maria Julieta Drummond de Andrade.


Mais informações sobre o sarau:
Ágda Santos (9133 6814 ) ou Edgar Borges (9111 4001)

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Marco Polo

Tu vais atravessar o Atlântico,
O segundo maior oceano
- e mais umas milhas de terra.
E mais uma porção de desconhecidos.
- e uma porção de batatas.

Qual a distância entre o Brasil e a Espanha?
Será que o Ocidental anda a atentar por lá?
Quanto custa o café?
Quanto custa uma partida de sinuca?

Então ponho-me a compor isto
Que atravesse o mundo em um segundo
E te faça lembrar de mim
E que te faça sorrir outra vez.

Minha amiga, tu vais pra Espanha!
Ainda não quero crer nisso.
Seis meses ou mais ficará por lá
E contigo levará meu mais sincero sorriso.

Mas que tu não faças igual Marco Polo fez
Voltar pra casa 24 anos depois
Rico de saber e tesouros
Porém esquecido por familiares.

Mas tu, sendo o Marco do meu Polo
E outras vezes o Polo do meu Marco
não corres risco de ser esquecida
- nem por mim, nem por ninguém que te quer bem.
E sim de ser mais amada que antes.

Pois agora fico a imaginar:
o que aprontarás.
o que aprontarei.
O que faremos no dia que conhecermos o rei.

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Teus cachos, morena


Te espreito de longe.
Teimo em dizer que não teríamos assunto.
Um cigarro.
O tempo defumar um cigarro é o que tenho ao teu lado.

Te ofereceria um maço,dois ou três se não fosse algo insano,
algo tão destruidor,
poisao invés de me dar mais tempo contigo,
ele tomaria posse de minutosfuturos. - Injusto. -

Teu riso ali, semprepronto ao final de casa frase minha.
Talvez fosse o excesso dealegria, excesso de bebida,
mas eu continuava a falar qualquer coisa
pra ouvir teu risomais uma vez e outra vez...
E era só o que eu poderia oferecer demais sincero: minhas palavras.

Teus cachos em meusombros,
teus braços envolvendo meus ombros.
Teus cachos, morena.
Meus braçosenvolvendo-te.

Percebo então que nãolembro de teu rosto,
apenas de teus cachos, teu riso, teus abraços.
É ruim não lembrar do teu rosto?
Mas eu lembro dos teus cachos,morena. Não é suficiente?

Então a gente combina.
Vamos estar seguros enquanto um esquecer o rosto do outro.
Vamosnos esquecer todos os dias.
Só não posso prometer esquecer teus cachos,morena.
Só não posso prometer isso.

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Embrace My Heart And Stay (A Resposta)

Um sol a pino. Bem alto e quente.
Fiquei sozinha no Café lembrando o tempo que apenas ficávamos ali. As nuvens passavam carregando os minutos. Depois... Depois longos suspiros surgiam lamentando a interrupção - obrigatória - daquelas férias que inventávamos.
Os dias andam silenciosos. Meus pensamentos quietos. Procuro nem cutucá-los. São como maribondos. Melhor passar por eles e fingir que não existem.
Não sei bem o motivo disso tudo. Não sei na verdade o que seria correto falar-te. Pois cada vez que falo, digo algo errado, tu compreendes o que não era pra ser compreendido. Enrolo-me num bolo de linhas que não me machucam, mas me prendem e não me deixam fazer mais nada.
Preocupo-me contigo. Teu silêncio incomoda-me.
Mas onde posso reclamar? Também sou assim. De certo modo sou assim.
Demoro a dizer as coisas com medos delas acontecerem. De se concretizarem além dos limites do meu pensamento. É sempre assim. Não contigo, mas comigo é sempre assim.
Demoro a dizer.
Demoro a conhecer, demoro a falar, demoro a acostumar, demoro a abrir mão, demoro a largar mão de tudo. Demoro.
Na verdade, desconhecer é que perturba. Pois penso e vejo tudo através do que sei em meu mundo, em minha volta. Teu silêncio é que me perturba. Sai desse casulo e me fala. "Conversa comigo". Não é assim que tu costuma dizer? Mas... Mas... Só escrevo isto pra tentar de algum modo mostrar meu lado.
E tu nem foi. Ainda.
Mas como deixar claro que quero que tu vás, que aproveite tudo, conheça aquele pedaço de mundo... Como dizer que desejo isso de modo sincero? Mas desejo, um pedaço de mim deseja e até ajuda no que for necessário. No que for útil. Um pedaço de mim se esconde na bagagem e vez ou outra tu o carregará pela cidade. Pois lembro-me muito bem da primeira vez que saímos, onde narrei boa parte de minha viagem. Onde plantei em teu peito a vontade e necessidade de bons meses fora de nossa cidade. E então busco aquele meu 'eu', que deseja a liberdade a todos, que deseja a felicidade de todos, que te deseja seis meses sensacionais.
Meu outro pedaço, esse deixo de lado. Já tem egoísmo demais no mundo. Pedaço teimoso esse, mas deixa ele pra lá. Deixa ele pra lá. Acalento ele com livros, músicas, cafés e chopps matinais.
Apenas quero dizer-te de algum modo que me assustei com tua novidade. Mas ela é bem melhor do que te ter ao meu lado sentido falta da mais bela flor que já conheci. Eu não saberia fazer-te feliz. Daí que ninguém ficaria feliz. A mais bela flor lá, tu cá tristonha e eu aqui a escrever sobre tudo.
E então, que me dizes? Consegui convencer, Oskar? Consegui abrir um sorriso no teu rosto?
O susto passou, meu sentimento egoísta um pouco, mas o suficiente pra acostumar com a idéia. E agora defendo-a, apóio-a. E tu nem vais por completo, tenho um pedacinho teu comigo. Se necessário, chantagearei tua volta por esse pedaço. Obrigar-te-ei a fazer promessa dos dedinhos. Apelarei por qualquer certeza de tua felicidade lá e a volta pra cá.
E tu nem foi. Ainda.
Sabe, o tempo é totalmente ignorado em nosso meio. Eu ignoro até o extremo, até outras coisas se tornarem mais importante do que simplesmente estar contigo, rir contigo, abraçar-te, fazer-te rir, dividir minha vida, cafés, chocolates, cervejas... Ignoro o tempo por tão poucas coisas contigo. Ignoro o fim do mês, as contas... Só pra tomar mais um cafezinho contigo.
E não planejo nada. Levo sempre uma toalha comigo, então está tudo bem. Levo uma história num pedaço de papel na carteira e está tudo bem. Levo um sorriso que poucos percebem, pois sei que tu vens.

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