Teu capricho, meu despacho

Em toda essa tua ausência na mesa de bar
onde só a tristeza e saudade ocupam lugar,
Fiquei pensando em nossa prosa.
O tempo passava, a cerveja esquentava
e eu cada vez mais fria.
Mas tal frieza não me impede te de aconselhar:
 Deixa de ser frouxo e ama, rapaz!

Isso de amar pouquinho não rende.
Tu vê capricho onde eu só vejo despacho.
Essa dança de desencontros me dá agonia.
Onde já se viu amar assim, diacho?!
Eu um dia quis amar de pouquinho,
com medo de sujar os sapatos,
rasgar meu peito, doar coração.

Eis que certa amiga me disse:
— Ama como quem bebe vinho,
grandes goles pra refrescar,
a tontura envolvente, as palavras bobas,
roupas pelo chão.
No dia seguinte vem a ressaca
e a conta no balcão.




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