Liberté, Egalité et Fraternité

Liberté

É de certo modo contraditório como aprendi o sentido de liberdade. Antes algo utópico pra mim. Antes algo inalcançável. Mas perto de você muitas coisas mudam ou adquirem mais de um sentido, ou perdem o que tinham. Perto de você um homem vira um pássaro e uma flor brilha no escuro.
O sentido de liberdade consiste na criação de laços e não no oposto. E tão distante estamos, mas acaba que você é quem tenho por mais tempo no meu dia e que até presta atenção se coloco uma vírgula ou não. E quem mais me daria a liberdade de falar sobre tudo e sobre nada e sobre o que há no meio dessas estradas esburacadas?
Liberdade é criar e manter bem seguros esses laços. É um gato na estante, é um livro sobre uma menina invisível, é uma carta escrita  no escuro, é o chá depois da calmaria, é a tua risada estridente sobrepondo a minha, é a luz da vela em forma de meia-lua.
Liberdade é sentir tua presença mesmo com esse Brasil no meio. 

Egalité

Uma balança. É o que me vem à mente. Mas não que esses sejam os princípios básicos de uma amizade. Não é esse o propósito. Não sei bem o sentido, ou motivos de tais frases. Foi só uma brecha da minha caixa de Pandora que foi aberta e escapuliu essas palavras, meio tortas e atrofiadas. Porém, verdadeiras aves aladas. E não corvos, ou corujas. Alguma bela ave. Alguma de canto suave.
Igualdade é para mim um longo aprendizado. Onde preciso correr atrás de você para tal ato. Claro que sem abranger toda uma vida. Pois igualdade demais provavelmente me deixaria perdida. E por hora, preciso aprender a ouvir. Esse provavelmente é um ótimo passo. E é contigo que devo, quero e tenho aprendido.

et Fraternité

Podes até ter o abraço desajeitado, podemos até não ter por ora a facilidade de um diálogo sem uma tela branca à frente, posso até enrolar com presentes, podemos até ter um continente no meio, podes até ficar brava comigo por coisas mínimas e máximas, podemos opinar por coisas diferentes, posso até tentar brincar com posso, podemos e podes... Mas ainda assim tu me lerás com carinho e atenção velada. Com a mente ligando cada frase dita a cada momento nosso, com um sorriso no canto da boca, ou aquele soltado pelo nariz, com o Draco a sapatear no colo pedindo atenção, com mil pessoas falando contigo e eu do lado com um tom de desolação que logo você tira dando-me um leve empurrão.
Que mais posso dizer, em meios quase rimados em prol do teu bem querer?

És tu a minha revolução, Francesca.

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3 Responses to Liberté, Egalité et Fraternité

  1. Juliana says:

    Algumas das coisas que você lembra sobre mim me fazem sorrir. Achei que devia saber.


    http://doobvioaoavesso.blogspot.com.br/2012/05/sobre-revolucoes.html

  2. Darlan says:

    Coisas bonitas e tão maiores que o Brasil, a tela fria e outras coisinhas que se fazem pequenas assim. E no final é isso que a gente leva.

  3. Ana Carolina says:

    Li seu texto com o Darlan e isso me fez visitá-la. Me encantei pelos textos e em especial por esse.

    Parabéns pelo blog, pela sensibilidade, pelos textos...