Vida

"É na soma do seu olhar
que eu vou me conhecer inteiro
se nasci pra enfrentar o mar
ou faroleiro."

Chico Buarque













Você me deu a vida. A verdadeira vida. E mesmo sem perceber, sem pedir nada em troca. Filha do sol, algo assim.
Gosto de lembrar de vários momentos. Dos primeiros, dos mais recentes e até dos erros. Das falhas, das faltas. Daquele dia onde só você foi capaz de me reconhecer, de querer um abraço meu. De insistir, ouvir minhas histórias, minha piadas sem sentido e rir. Rir até chorar.
Gosto de te fazer sorrir.
Sabe porquê?
Você transforma tudo em luz. Você me transforma sempre em algo melhor. Umas palavrinhas, um desenho, um abraço, um sorriso, uma foto sonolenta. Qualquer coisinha.
Uma cerveja na orla ou antes do meio-dia.
Um abraço molhado na madrugada fria e as promessas que nunca foram ditas. A gente só sente. Às vezes dói, mas logo passa.
Hoje foi um daqueles dias onde a gente deseja não existir, onde parece que ninguém sentiria nossa falta. Foi quente, mas teve chuva. E nem vi, quando você acordou de novo a luz dentro de mim. Percebi já na metade desse texto. Meio doido, meio sei lá. Meio só quero falar.
E seja lá onde estivermos... Não. Limites. Isso não existe pra gente.
Eu tento escrever nossa história no teu quarto, nos meus rabiscos... Mas ela na verdade é coisa de pele. Na nossa pele um tanto queimada.
E o que importa nisso tudo é o que nos faz levantar de manhã. E contigo é sempre manhã. Filha do sol, algo assim.
Havendo tantas linhas imaginárias, concretas, sonhadas que nos ligam... E tantas surgem, como tu mesma disse uma vez, a cada dia.
É na falta de tempo que temos tempo pra nós. Pouca gente entende. Talvez só a gente entenda como isso funciona. Esse vira-tempo nos contratempos.
Perdi o fio da meada, acho que esqueci na tua casa.

This entry was posted in . Bookmark the permalink.

3 Responses to Vida

  1. Diana says:

    Coisa bonita de ler, cada linha clareando os olhos. Deu até vontade ter esse momento pra mim ou relembrar a luz do sol.

  2. um daqueles textos que, de tão bonito, dá uma doída básica.

  3. Faço minhas as palavras de Ju.
    E, ah, te amo nega.